Atlântida

Cavalo negro a largos trotes.
Vem na ânsia de destruir Atlântida.
Submergindo-a em águas escuras e frias.
Escondendo-a da humanidade.

Cavalo negro guiado por tuas palavras.
Estas que disseste sem nenhum mal.
Mas que ouvi da antítese de teus lábios.
Que são favos de mel.

Cavalo negro que afunda meu coração em trevas.
Personificação vil da tristeza.
Rouba de mim minha boa natureza.
Quando d'Ela ouvi um não.
Impregnando em mim a rispidez, só por não saber o que é o amor.

Nós somos Eros e Psiquê.

Penso que as palavras já não são o suficiente para você.
Penso que as entrelinhas não te tiram desse casulo.
Penso que os olhares diretos só podem ser fraternais.
Penso o que não gostaria.
Enfim, penso demais.

Você sente como se o mundo pudesse se tornar um lugar melhor.
Você sente como se não houvesse o amanhã.
Você sente que os outros precisam de você.
Você sente.
Eu penso que você sente tudo, menos a mim.

Ah, como eu quero sentir você.
Não quero mais apenas pensar em você.
Não estou sendo obsceno, se achegue mais, ninguém te quer mais filha do que eu, minha amada.
Saiba que meu gênero é masculino, mas mesmo assim eu interpreto a Psiquê.
Pois nesse jogo de gato e rato eu estou em suas mãos.

Ah, minha Eros.
Minha amada.
Minha mulher.
Meu pensamento.
Meu sentimento.

Venha e não volte. Pois se vir, não deixarei que parta.